O grupo de cerca de 40 trabalhadores da Metalicis, de Sever do Vouga, que encerrou na passada segunda-feira, optou por aguardar, pelo menos até segunda-feira, até ter conhecimento do resultado das iniciativas em desenvolvimento para tentar encontrar uma solução. Enquanto isso, decidiram entregar uma providência cautelar no Tribunal de Aveiro, também na próxima segunda-feira, no sentido de travar o encerramento da empresa, na qual chamam a atenção para os prejuízos, que podem atingir os 100 mil euros, pela falta de cumprimento dos prazos de entrega de encomendas. Segundo apurou o Diário de Aveiro, os trabalhadores estão na disposição de manter a produção, embora Augusto Cardoso, dirigente do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia, reconheça que «não se pode fazer nada, tudo depende da administradora da empresa». A Metalicis cede a mão de obra para a produção de cisternas para a empresa A. Silva Matos, que é proprietária das instalações, equipamentos e materiais. Quando tinha trabalhos em curso, os trabalhadores foram confrontados com o encerramento inesperado. Num comunicado aos trabalhadores, a administração da Metalacis – Cisternas de Portugal, anuncia a suspensão «provisória da actividade até que a Assembleia de Credores decida qual o seu futuro». A administração diz no comunicado que a suspensão se deve a «razões que foram transmitidas a todos os senhores trabalhadores». Ontem, o Diário de Aveiro não conseguiu contactar a administração, Ana Castro e Dalila Castro, mas as razões evocadas apontavam para questões de saúde de Ana Castro, já que Dalila Castro se encontrava afastada da gestão diária da empresa. Segundo transmitiu o dirigente sindical, os trabalhadores irão aguardar por diligências que envolverão a A. Silva Matos, o Tribunal e a Câmara de Sever do Vouga. O líder da autarquia, Manuel Soares, não adiantou qualquer comentário ao assunto, apenas confirmando que está empenhado em «ajudar a resolver» esta questão. De qualquer forma, segundo o comunicado aos funcionários, a administração informa que os trabalhadores «poderão, se assim o entenderem, suspender os contratos e solicitar o pagamento das prestações de desemprego a que têm direito». Também comunica que a empresa não poderá pagar «a retribuição de Fevereiro na data do seu vencimento ou sequer nos 15 dias subsequentes». No meio desta questão, o que costuma ser normal não está a acontecer com os trabalhadores desta empresa. Não haverá um cenário de desemprego devido ao encerramento da empresa, uma vez que a indústria da zona poderá absorver a mão-de-obra que a Metalicis geria. Anteontem, junto à empresa, uma outra unidade industrial do sector afixava cartazes a pedir trabalhadores para a área dos que tinham acabado de ver fechar a porta.
Com a devida vénia, do Diário de Aveiro
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