22 fevereiro 2008

Lampreia: Iguaria factura 5,2 milhões

Todos os anos são mais de dois mil os pescadores portugueses que abastecem os 250 restaurantes especializados em fazer pratos com lampreia. A crise afecta a procura da iguaria mas há quem faça 400 quilómetros para a degustar.
Para os pescadores a lampreia é um sempre bem-vindo subsídio de férias, mas para muitos restaurantes que a confeccionam e servem é como encontrar ouro no rio. As mais de 50 mil lampreias que os portugueses consomem entre meados de Janeiro e finais de Abril rendem cerca de 5,2 milhões de euros.
O bolo é repartido de forma desigual: 1,1 milhões de euros para os pescadores (a 20 euros por lampreia) e 4,1 milhões de euros para os restaurantes (75 euros cada). Não pode esquecer-se que são os restaurantes que pagam aos pescadores, pelo que, à facturação de 4,1 milhões de euros, há que deduzir o custo do ciclóstomo, resultando para os empresários um ganho global de três milhões de euros.
Como, segundo as últimas estimativas, haverá nos vales do Minho, Lima, Cavado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana mais de dois mil pescadores de lampreia e, um pouco por todo o País, cerca de 250 restaurantes a confeccionam, conclui-se que, em média e por época, cada pescador embolsa 550 euros e cada restaurante factura 16 500 euros e encaixa uns 12 mil. É claro que para atingir estes valores um pescador tem de apanhar pelo menos 30 lampreias por safra e o restaurante servir 220. Uns ficam muito aquém, mas outros conseguem o dobro.
Este ano as coisas nem estão a correr mal. Sobretudo para a pesca. Apesar de os rios não levarem muita água, a chuva de Novembro e Dezembro garantiu um caudal aceitável, que permite a subida sem sobressaltos para a desova.
No nosso país, com destaque para algumas zonas ribeirinhas, como é o caso de Monção, Ponte de Lima, Esposende, Entre-os-Rios, Sever do Vouga, Figueira da Foz, Tomar, Constância, Mação, Santarém ou Vila Real de Santo António, mais de 250 restaurantes têm nos pratos confeccionados com lampreia uma das suas mais importantes fontes de receitas.
Com a devida vénia, do Correio da Manhã

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