11 setembro 2007

Seis escolas fecham em Sever do Vouga

Seis estabelecimentos escolares vão encerrar este ano em Sever do Vouga na sequência da requalificação escolar que o Ministério da Educação está a fazer.

Três escolas em Rocas do Vouga (Nespereira, Sanfins e Irijó), duas em Cedrim (Paçô (na foto) e Carrazedo) e uma em Couto de Esteves (Lourizela) não deverão abrir portas já este ano de 2007/2008, apurou Verde Vouga.

Apesar desta medida governamental, as escolas de Rocas do Vouga previstas para fechar este ano poderão manter-se em funcionamento uma vez que a Câmara Municipal de Sever do Vouga considera que a escola da sede da freguesia não tem condições de acolhimento de mais crianças.

A Carta Escolar de Sever do Vouga, aprovada em Janeiro de 2007, prevê que nos próximos anos apenas funcione uma escola do 1º. ciclo por cada freguesia do concelho de Sever do Vouga.

Os argumentos do Ministério da Educação para encerrar os estabelecimentos de ensino são de que desta forma proporciona-se "melhores condições de aprendizagem aos alunos" e, como tal, pretendem "encontrar soluções para a suspensão de escolas situadas em zonas isoladas, com reduzido número de alunos, um único docente e com falta de recursos indispensáveis à prossecução do sucesso educativo".

4 comentários:

Anónimo disse...

Tenho uma opinião muito crítica no que diz respeito ao encerramento das escolas.
Tenho quase a certeza que ainda há muito por fazer nas escolas acolhedoras para poder receber (com condições) as crianças que serão extraditadas.
Não sou contra o encerramento de escolas que simplesmente tenham 2 ou 3 alunos, ai acho muito importante que se encontre uma solução, mas, sempre a proteger os interesses das crianças.
Penso também que com o encerramento das escolas se vai deixar um pouco de lutar pelo aumento da desertificação nos meios rurais, penso que é preciso estudar bem o que fazer antes de encerrar, e acredito que no que diz respeito as escolas escolhidas para serem encerradas no pais, uma das únicas coisas que contou foram intercedes políticos, e as crianças que são as mais prejudicadas muito pouca gente quer saber (falo dos grandes).

Anónimo disse...

Caro conterrâneo, Rui Pires, antes de qualquer comentário que se seguirá, quero aqui manifestar o meu regozijo por encontrar alguém que, ainda tão jovem,não se coíbe de manifestar a sua opinião na qual sobressaem as preocupações com a sua terra e as suas gentes.
No que concerne à questão do encerramento das escolas com poucos alunos, partilho em muitos aspesctos da mesma opinião. Achei curioso o termo "extradição" utilizado para referenciar o transito das crianças para as escolas de acolhimento. Partilho igualmente a opinião de que muito há por fazer nas escolas de acolhimento se o poder local não fosse tão ausente, ou dito de outra maneira, fosse mais presente.Essa "extradição" seria muito mais segura para as crianças se a mesma, ao invés de ser feita a conta gotas, num vai e vem de carrinhas pequenas, pudessem ser todos "extraditados" de uma só vez numa viatura com as devidas condições aliás já regulamentadas. É, no entanto compreensível, que os órgãos competentes não tenham ainda tido o tempo necessário para proceder aos ajustes e actualizações devidas. Pior seria que desconhecessem essa necessidade...
Considero-me uma pessoa pragmática, e de facto, manter uma escola com tão poucos alunos não produz benefícios para o estado. Os beneficios para as crianças são amplamente conhecidos no espaço pedagógico. Há a dizer que uma turma com 4 anos de escolaridade e apenas com um docente a leccionar não é do ponto de vista pedagógico o mais benéfico. Mas a questão previamente colocada e na minha óptica, bem colocada, centra-se nas escolas de acolhimento, algumas das quais estão a rebentar "pelas costuras" e assim, os alunos permanecerão nas escolas ditas "isoladas" até que se requalifique o parque escolar... Dito de outra maneira, até lá está tudo teoricamente mudado, porque afinal vivemos num país de números e estatísticas, esquece-se por tempos a qualidade e benefícios para os alunos e, bem... para que de facto se entenda, até ao requalificamento do parque escolar está tudo na mesma!! Mais palavras, para quê!!?
Não sou saudosista em demasia, nem em demasia dada a sentimentos de nostalgia, mas não posso efectivamente deixar de sentir algum pesar pelo encerramento da escola onde começamos a nossa educação mais basilar, os alicerces do conhecimento.
As pequenas localidades não estão preparadas para estes embates sociais. Esta questão do encerramento de escolas está intimamene relacionada com outras questões mais abrangentes e que tocam os domínios do decréscimo populacional e levar-nos-iam a estudos mais ou menos do domínio sócio-antropológico. Questões como as que levam à desertificação ou a que os jovens procurem soluções de melhor condição de vida em outras paragens. Será que, neste caso concreto, uma vez mais o poder local não tem estado à altura dos desfios que a sociedade emergente tem colocado? Porque deixamos "ir" os nossos jovens?... Havia tanto mais para dizer, mas afinal, devemos centrar-nos no tanto que há para fazer!

Anónimo disse...

Para quê?
Nos meios pequenos para além de alguns bons profissionai, só se formam "jornalistazinhos".

Anónimo disse...

Pois é... Fecham-se centros de saúde, fecham-se escolas. Constroi-se estádios, fazem-se as árvores de Natal maiores da Europa... Onde vai parar este país? Aliás, isto não vai parar, Portugal caíu num poço sem fundo e não tem modo de salvamento!!!